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RIO – A Classificação Mundial da Liberdade de Imprensa de 2017, pesquisa produzida pela ONG Repórteres sem Fronteiras, manteve o Brasil praticamente estagnado em relação ao ano passado: de 104º lugar em 2016, subiu para 103º neste ano. O ranking conta com um total de 180 países.

Apesar de ter subido uma posição, a pesquisa indica que o Brasil teve uma queda no grau de liberdade de imprensa. Em 2016, o país era classificado com 32.62 pontos. Já em 2017, 33.58 pontos. E, quanto maior a pontuação, menor a liberdade. Portanto, a ascensão acontece num momento em que o jornalismo é menos livre em diversos países.

No relatório brasileiro intitulado “Um ambiente de trabalho cada vez mais instável”, a ONG afirma que o Brasil “ainda é um dos países mais violentos da América Latina para a prática do jornalismo.”

O documento destaca que a “ausência de um mecanismo nacional de proteção para os repórteres em situação de risco”, “o clima de impunidade” e “a forte instabilidade política”fazem a tarefa dos jornalistas ser “ainda mais difícil”. A pesquisa ainda lembra que “o direito ao sigilo da fonte foi regularmente desafiado pela Justiça do país nos últimos anos.”

BRASIL: ATRÁS DE SERRA LEOA E QUÊNIA

De acordo com o estudo, a redução da liberdade de imprensa não é exclusividade brasileira. A pesquisa destaca que o cenário global “está cada vez mais sombrio”. Há agora mais três países (Burundi, Egito e Bahrein) avaliados em situação “muito grave”, num total de 21 nesse espectro — o pior do ranking. O estudo aponta ainda que cerca de dois terços (62%) dos países pioraram em relação ao ano passado.

A Polônia, que está à frente do Brasil na tabela, passou de 23.89 pontos em 2016, para 26.47 em 2017 — e saltou de 47º para 54º lugar. Em comparação, ainda há outros à frente dos brasileiros, como: Burkina Faso (42º), Haiti (53º), Senegal (58º), Níger (61º), El Salvador (62º), Serra Leoa (85º), Togo (86º), Quênia (95º), Nepal (100º) e Ucrânia (102º).

Na liderança do ranking está a Noruega, seguida por Suécia (2º), Finlândia (3º), Dinamarca (4º) e Países Baixos (5º). Já na parte de baixo, em último lugar, está a Coreia do Norte (180º). Eritreia (179º), Turcomenistão (178º), Síria (177º) e China (176º) completam as posições inferiores. Enquanto a primeira colocada Noruega tem 7.60 pontos, a Coreia do Norte tem 84.98.

Outros países do Brics — grupo composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — também tiveram desempenho ruim. Acima do Brasil, apenas o país africano, em 20º lugar, com 20.12 pontos. Índia (136º) e Rússia (148º) ficam abaixo, assim como os chineses.

(O Globo Online)