DOCUMENTOS ANALISADOS PELA FOLHA REVELAM QUE O SERVIÇO NACIONAL DE INFORMAÇÕES MONITOROU OS PASSOS DA ATUAL PRESIDENTE ATÉ 1990, QUASE CINCO ANOS DEPOIS DO FIM DA DITADURA MILITAR, QUANDO FOI PRESA E TORTURADA

21 de Junho de 2012 às 08:45

247 – A presidente Dilma Rousseff foi vigiada não só durante a ditadura militar, entre 1964 e 1985, quando foi presa e torturada, mas também durante o mandato de José Sarney na presidência, entre 1986 e 1990. A informação foi divulgada na edição desta quinta-feira da Folha de S. Paulo.

Nos acervos, o jornal identificou um total de 181 documentos que mencionam Dilma, registrados entre 1968 e o final dos anos 80. Entre os papéis, 17 foram produzidos durante o governo Sarney, hoje presidente do Senado, pelo SNI (Serviço Nacional de Informações).

Foram monitoradas uma viagem de Dilma ao México e um comício onde ela e Lula protestaram contra a ampliação do mandato presidencial de Sarney, já em 1988. Relatórios do SNI da década de 70 sobre Dilma acusam uma uma suposta ligação com a JCR (Junta de Coordenação Revolucionária), grupo de esquerda armada.

Outro documento de 79, porém, agora revelado, diz não ter encontrado comprovação dessa alegação. Procurada pela Folha de S. Paulo, a assessoria de Sarney afirmou que, em seu mandato na Presidência, ele havia ordenado ao SNI que não realizasse “levantamentos sobre a vida privada” de “nenhum brasileiro”.

(BRASIL 247)