A Polícia Federal negou ontem o envolvimento do governador Cid Gomes e de seu irmão, deputado federal Ciro Gomes – ambos do PSB -, no esquema de desvio de verbas de prefeituras cearenses denunciado na edição desta semana da revista Veja. Em nota sucinta enviada à imprensa, a Superintendência Regional da PF no Ceará informou que “as investigações em andamento não alcançaram qualquer autoridade federal ou estadual detentora de foro privilegiado, tampouco o governador do Estado do Ceará, Cid Ferreira Gomes, e o deputado federal Ciro Ferreira Gomes”.

A nota oficial acrescenta ainda que, já que não há o envolvimento do governador e de seu irmão, o processo apresentado pela revista tramita em primeira instância na Justiça Federal do Ceará. Nenhuma outra informação será dada, segundo o órgão, pelo fato de as investigações estarem sob segredo de justiça.

No último dia 17, o Ministério Público Estadual, através da Procuradoria de Justiça dos Crimes Contra a Administração Pública, já descartara a participação de autoridades federais ou estaduais no esquema que teria provocado um rombo de R$ 300 milhões nos cofres públicos.

Conforme reportagem da Veja, as ações de corrupção teriam se iniciado em 2003, ano em que Ciro entrou para o Ministério da Integração Nacional. A pasta repassaria recursos para determinadas prefeituras – a matéria não diz quais são -, que, por sua vez, realizavam licitações dirigidas para que a empresa vencedora fosse uma das 17 pertencentes ao empresário Raimundo Morais Filho. Um percentual dos repasses – 4% – ficaria com o empresário, e o resto para o deputado estadual Zezinho Albuquerque (PSB), principal interlocutor de Cid na Assembleia Legislativa.

Ao parlamentar caberia enviar os recursos para as prefeituras, que executavam as obras licitadas com valor e qualidade abaixo do determinado em contrato. O restante do dinheiro alimentaria um caixa dois que, de acordo com os arquivos de Morais, custeou as campanhas de Cid para governador e de Ciro para deputado. Quando Ciro deixou o ministério, os recursos teriam passado a sair do próprio Governo do Estado.

Defesa –   Os irmãos já rechaçaram qualquer envolvimento no escândalo. Indignados, ele afirmam que irão processar a revista e que as denúncias têm o interesse de prejudicar a reeleição do governador Cid Gomes. “A revista Veja mente, e esta não é a primeira vez”, contra-atacou Cid.

 (O Povo Online)