Penso que essa aliança com PSB não atende mais às necessidades tanto do PT, quanto do próprio Estado do Ceará. É preciso entender que o PSB de hoje, aqui no Ceará, não em mais qualquer identidade com os postulados de esquerda. Com o domínio dos irmãos Ferreira Gomes, passou a ser um partido governista e nada mais do que isso’’, desabafou o petista, que reconhece, porém, a proximidade dos irmãos Cid e Ciro Gomes com a presidente Dilma Rousseff como caminho para manutenção da coligação entre PT e PSB.

O quadro nacional, segundo ele, terá influência direta na sucessão estadual. “É evidente que, nesse sentido, barganharão (Cid e Ciro) apoio a presidenta Dilma, caso os ventos soprem a favor da sua reeleição. Objetivamente, há um sentimento de boa parte da  militância do PT e de inúmeros segmentos de fora do PT, e nossos simpatizantes, que clamam por esse rompimento e a criação de um novo polo de poder alternativo a esse grupo oligárquico que hoje governa o Ceará’’, observou.

Ecos de 2012

Deodato considera que se não houvesse nenhuma razão político-ideológica para esse rompimento, o conflito na disputa pela Prefeitura de Fortaleza em 2012, já seria mais do que suficiente para esse rompimento.

“É deseducativo o processo que estamos vivendo. No triunvirato que domina o grupo palaciano, dois atacam violentamente o PT e nossas principais lideranças, aí incluídos o ex-presidente Lula e presidenta Dilma. Há, nitidamente, um jogo de oportunismo desmoralizante”.

O problema em Fortaleza, na interpretação do parlamentar petista, ‘’não foi a eleição em si, mas a escancarada fraude perpetrada, com as práticas mais atrasadas do velho coronelismo. Nem na minha infância e adolescência, mesmo no interior do Ceará, ao tempo da Arena, vi coisa igual’’.

Sem aliança com o PSB , defende candidatura própria ao Governo. ‘’Temos bons nomes, entre os quais o senador José Pimentel, a ex-prefeita Luizianne Lins, o deputado federal Artur Bruno. Não sendo possível, na conjuntura do possível, defendo o acordo com o PMDB e o PR, já que, ambos, estão também no nosso arco de aliança nacional. A atual aliança nos coloca como aquela situação do sapo que é expulso de casa. O dono da casa o enxota e ele volta’’, observou.

Ao ser questionado sobre o destino da ex-prefeita Luizianne Lins na corrida eleitoral, Deodato expõe, a exemplo de outros militantes do PT, uma distante ligação com a hoje professora universitária. ‘’Sinceramente, não sei o que pensa, nesse sentido, a ex-prefeita. Dialogamos com a corrente dela, a Democracia Socialista, e esperamos que estejamos juntos no PED e nas posições para 2014. Pessoalmente, caso ela não seja candidato ao governo do Estado, penso que deveria disputar a cadeira de deputada federal’’, recomenda.

Fonte: Jornal Grande Porto