Durante os dias 13, 14 e 15/7, em Fortaleza, 140 bancários de todo o Nordeste (sendo 47 delegados do Ceará) estiveram reunidos na I Conferência Regional da Fetrafi/NE. O evento serviu para definir a pauta dos bancários da região que será levada à 14ª Conferência Nacional dos Bancários, de 20 a 22/7, em Curitiba (PR). 

Na plenária final, realizada na manhã do domingo, 15/7, os bancários do Nordeste aprovaram 5% de aumento real; PLR de três salários + verbas fixas de natureza salarial; contratação da remuneração total do trabalhador; piso salarial equivalente ao salário mínimo ideal calculado pelo Dieese (em julho – R$ 2.416,38); melhores condições de trabalho, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral; fim da terceirização, mais segurança para trabalhadores e clientes, entre outros pontos. 

As discussões foram realizadas em grupos, no sábado, 14/7, quando os bancários se dividiram por temas: Emprego; Remuneração; Saúde, Condições de Trabalho e Segurança Bancária e Sistema Financeiro. 

O presidente da Fetrafi/NE e do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra, esse momento dos fóruns democráticos de discussão são importantes até como forma de fortalecer a mobilização da categoria. “Os bancos não têm do que reclamar, pois seus lucros são cada vez mais crescentes. Vamos apostar no diálogo, mas se os banqueiros não valorizarem o debate, nós teremos que nos mostrar unidos e mobilizados para combater a intransigência dos banqueiros”, avisa. 

Abertura – O evento teve início na sexta-feira, 13/7, quando acompanharam uma palestra de conjuntura proferida pelo supervisor técnico do Dieese/CE, Reginaldo Aguiar, que fez uma explanação a respeito do cenário econômico brasileiro e mundial, além de fazer um balanço das campanhas salariais já concluídas em 2012. “As expectativas são positivas, mas é preciso manter a mobilização da categoria”, completou o supervisor do Dieese. 

Embasamento político – Já no sábado, 14/7, o secretário de Organização da Contraf-CUT, Miguel Pereira, citou a importância dos fóruns de debates precedentes à campanha salarial que balizam as entidades sobre o sentimento da categoria e ressaltou a necessidade de se construir uma campanha que aborde todo o ramo financeiro. “A preocupação com a questão financeira é importante, mas a luta pelas questões sociais e políticas também é fundamental, afinal a campanha salarial bancária baliza, inclusive, a campanha salarial de outras categorias”, avalia. Miguel ressaltou a importância da mobilização real de toda a categoria como forma de fortalecer a campanha. 

O representante da Contraf-CUT também destacou que é preciso desmentir a falácia dos banqueiros com relação ao argumento de que a redução dos juros ao consumidor diminui a lucratividade dos bancos. “Com certeza, os banqueiros usarão essa falácia para se negar a atender as reivindicações da categoria, mas é bom deixar claro que a redução dos juros não diminui a rentabilidade dos bancos”, esclarece. 

Miguel finalizou reafirmando a necessidade de se discutir o papel dos bancos públicos, o combate à rotatividade e à terceirização, combate ao assédio moral e às metas abusivas, além da valorização do piso salarial da categoria, pleiteando o salário mínimo proposto pelo Dieese. Ele enfatizou ainda a luta pelo trabalho decente, que envolve remuneração digna e condições de trabalho mais humanas que não comprometam a saúde do trabalhador. 

Já o representante da Fenae, Jair Pedro, ressaltou a importância da mobilização da categoria como fato fundamental para se construir uma campanha forte. “Os banqueiros vão usar argumentos como a redução dos juros, a crise econômica na Europa e temos que estar preparados para esse embate, basta ver o alto lucro apresentado pelo setor mesmo com todas essas questões”, disse. 

Ao final desse debate, que buscou dar embasamento político aos conferencistas, foi realizada a eleição dos delegados do Nordeste à Conferência Nacional dos Bancários. Foram eleitos 137 delegados do Nordeste, sendo que a delegação do Ceará contém 18 representantes. 

CONFIRA OS PRINCIPAIS PONTOS APROVADOS PELOS BANCÁRIOS DO NORDESTE 

EMPREGO 
• Garantia contra dispensa imotivada; 
• Combate à terceirização. 

REMUNERAÇÃO 
• Aumento real de 5%; 
• Piso do Diesse (R$ 2.416,38, valor de julho/12); 
• Contratação da remuneração total; 
• PLR de três salários base + verbas fixas de natureza salarial. 

SAÚDE, CONDIÇÕES DE TRABALHO E SEGURANÇA
• Fim das metas abusivas; 

• Combate ao assédio moral; 
• Assistência às vítimas de assaltos, sequestros e extorsões; 
• Equipamentos e medidas contra assaltos, sequestros e extorsões; 
• Proibição de transporte de numerário por bancários. 

SISTEMA FINANCEIRO 
• Previdência complementar para todos; 
• Isonomia de tratamento; 
• Promoção da igualdade de oportunidade para todos e todas. 

QUAL SUA EXPECTATIVA PARA A CAMPANHA NACIONAL DOS BANCÁRIOS 2012? 


“A CUT quer reafirmar e referendar seu compromisso com a categoria bancária, uma das mais importantes entre os trabalhadores. Estamos inserindo novas reivindicações para além das pautas meramente econômicas. Precisamos estar cada vez mais fortalecidos para arrancar conquistas frente aos patrões. E uma de nossas principais bandeiras do plano de lutas da nossa Central é a melhoria das condições de trabalho e de saúde dos trabalhadores”
JOANA ALMEIDA – Presidenta CUT/CE 


“É importante ressaltar que precisamos construir uma pauta que atenda às reivindicações da categoria, para garantir avanços importantes para todos. É preciso resgatar a qualidade de vida dos bancários. Hoje, vemos colegas doentes, inclusive fazendo uso de remédios tarja preta. Além disso, temos que manter a política de reajuste com aumento real, melhorar a PLR, e claro, buscar melhores condições de trabalho e de saúde”. 
ROSTAND LUCENA – Presidente do SEEB/Campina Grande 


“Nós temos que balizar a nossa luta com unidade e buscando o bem estar de todos os bancários. Agora, é preciso tomar providências urgentes quanto a questão da segurança bancária, que está se tornando um problema cada vez mais sério em todo o Nordeste e em todo o País. Além disso, temos que encampar também a luta contra a terceirização, que precariza o trabalho e o atendimento à população”. 
JAIRO FRANÇA – Presidente do SEEB/AL 

(SEEB-CE)