Duas pessoas morreram em Fortaleza infectadas pela bactéria KPC, também conhecido como superbactéria. As vítimas estavam internadas no Instuto do Câncer do Ceará (ICC). O instituto confirma as mortes pela KPC, mas alerta a população que os casos “não são motivos para pânico na população” e que os pacientes devem continuar a tratar-se no ICC.

Além dos dois pacientes mortos, o diretor do ICC Reginaldo Ferreira informou que cinco pacientes estão isolados com suspeitas de infecção pela superbactéria. Segundo Ferreira, já foram coletadas amostras dos pacientes que podem confirmar ou não a infecção. A direção da unidade hospitalar diz também que não pode confirmar a data das mortes.

O diretor do ICC diz também que os pacientes não devem temer a situação e não interrompam tratamentos contra o câncer na unidade hospitalar.

A maior parte das infecções de pessoas pela superbactéria Clostridium difficile em hospitais acontece sem o contato direto com pacientes infectados, segundo um estudo conduzido por médicos ingleses da Universidade de Oxford.

A bactéria foi descoberta em 2000 nos Estados Unidos e, segundo médicos, ela tem forte resistência a antibióticos.

Como surge
“Superbactéria” é um termo que vale não só para um organismo, mas para bactérias que desenvolvem resistência a grande parte dos antibióticos. Enzimas passam a ser produzidas pelas bactérias devido a mutações genéticas ao longo do tempo, que tornam grupos de bactérias comuns como a Klebsiella e a Escherichia resistentes a muitos medicamentos.

Outro mecanismo para desenvolvimento de superbactérias é a transmissão por plasmídeos. Plasmídeos são fragmentos do DNA que podem ser passados de bactéria a bactéria, mesmo entre espécies diferentes. Uma Klebsiella pode passar a uma Pseudomonas, e esta pode passar a uma terceira. Se o gene estiver incorporado no plasmídeo, ele pode passar de uma bactéria a outra sem a necessidade de reprodução.

No território nacional, além da KPC, circulam outras bactérias multirresistentes, como a SPM-1 (São Paulo metalo-beta-lactamase).

Remédios
Entre os remédios ineficazes estão as carbapenemas, uma das principais opções no combate aos organismos unicelulares. Remédios como as polimixinas e tigeciclinas ainda são eficientes contra esses organismos, mas são usados somente em casos de emergência, como infecções hospitalares.

(G1 CEARÁ)