Por João Lyra – Empresário e ex-deputado federal

Não sabemos qual o motivo, mas a mídia não deu muito destaque à última pesquisa do Datafolha, que apresentou um recorde histórico: desde o ano de 1990, quando o levantamento começou a ser feito, nenhum presidente teve tão boa avaliação quanto Lula.

O Datafolha mostra que, considerando-se as faixas de renda, um dos saltos mais notáveis na avaliação positiva de Lula foi passar de 56% para 68% de “bom” ou ”ótimo” entre as famílias com renda superior a dez salários mínimos (equivalentes a cinco mil e cem reais). Sendo assim, citada pesquisa mostrou de forma clara e inquestionável a quase total aprovação dos brasileiros ao atual presidente. A opinião da maioria jogou por terra dois falsos argumentos, frequentemente usados para desmerecer Lula e o seu governo.

O primeiro desses argumentos é que a aprovação do “filho do Brasil” se baseia, exclusivamente, em uma política assistencialista, expressa no maior programa social do mundo: o Bolsa Família. Na verdade, para quem nunca passou fome, dividir o pão é “assistencialismo”, até irresponsabilidade com o dinheiro público. É um posicionamento cruel, insensível à nossa realidade, que significa eternizar a pobreza e as desigualdades, o que o governo Lula tem combatido como política de Estado.

O segundo argumento, uma vergonhosa falsidade, utilizado para atacar o Presidente, é que ele é aprovado pela massa ignorante, que não sabe nada, os desvalidos da sorte, os migrantes que contaminam as regiões ricas (leia-se, nordestinos) somente porque desejam sobreviver.

A pesquisa do Datafolha desmente esses falsos argumentos, pois até entre os segmentos detentores de educação superior, a aprovação de Lula subiu de 65% para 70%. No que respeita aos aposentados, que, segundo a oposição é o “calcanhar de Aquiles” de Lula, os dados do mesmo Instituto mostram justamente o contrário: nesse segmento, que totaliza quase 30 milhões de brasileiros, com mais de 60 anos, em dois meses, a aprovação de Lula subiu de 67% para 73%.

Nas regiões Sul e Sudeste, a popularidade de Lula atingiu 69% e, no Nordeste, a cifra é o recorde dos recordes: 87% de aprovação! Se Lula não sofresse tamanho preconceito das camadas mais ricas da população, sua popularidade estouraria os computadores do Datafolha. Não há por que duvidar disso.

Ademais, com o PAC-2, que compreende investimentos da ordem de 950 bilhões de reais em saúde, saneamento, habitação, educação e segurança, não seria absurdo imaginar num percentual beirando os 100%!

Entre a popularidade, que goza há sete anos, como nenhum outro presidente em nossa história, e o “ódio doentio”, que lhe dedicam os preconceituosos, Lula caminha, seguramente, para eleger a ex-ministra Dilma Rousseff.

(ojornalweb.com)