Permanecem presos na carceragem da Superintendência da Polícia Federal, nesta Capital, os principais suspeitos de envolvimento na fraude milionária que atingiu os cofres da Caixa Econômica Federal. Todos foram detidos durante a “Operação Fidúcia”, realizada pela PF na manhã da última terça-feira (24), cumprindo cerca de 50 mandados de prisão temporária, preventiva, condução coercitiva, e de busca e apreensão expedidos pela 32ª Vara da Justiça Federal. Ricardo Alves Carneiro, empresário bastante conhecido no Estado, é tido nas investigações como o chefe da organização criminosa montada para fraudar os cofres da CEF. O rombo pode atingir cerca de R$ 100 milhões.
Conforme as investigações, Ricardo Alves Carneiro teriam criado empresas de “fachada” no ramo da construção civil para poder contrair financiamentos e empréstimos bancários na Caixa. O resultado dessa trama foi o envolvimento de vários funcionários dos alto e médio escalões daquela instituição. Durante a operação, pelo menos, oito funcionários foram parar na prisão, entre eles, Antônio Carlos Franci, superintendente local da CEF.
Também estão entre os presos na operação da PF dois irmãos de Ricardo Carneiro. São eles, Diego Pinheiro Carneiro e Fernando Hélio Alves Carneiro. Assim como Ricardo, eles falsificaram diversos documentos.
A PF também prendeu por ordem da Justiça o empresário e piloto de automobilismo José Hybernon Cysne Neto. Segundo as informações, dentro do esquema criminoso, ele era o responsável pelo aliciamento de “laranjas”, isto é, buscava pessoas que emprestariam seu nome para a constituição das empresas de “fachada” que receberiam os financiamentos e empréstimos bancários.
Também foram presos o gerente de pessoa jurídica (PJ) da CEF, Israel Batista Ribeiro Júnior; o superintendente nacional da Caixa para o Nordeste, Odilon Pires Soares; Ana Márcia Cavalcante Nunes, gerente geral de agência; David Athila Andrade Bandeira Barreto, gerente de PJ da Caixa; Joacy Nogueira de Oliveira, gerente de atendimento de PJ; Jaime Dias Frota Filho, gerente geral da Caixa. E mais, o gerente de agência, Francisco Evandro Cavalcante Marinho.
Empresários
No andamento das investigações da PF em parceria com o Ministério Público Federal (MPF), foram identificados, pelo menos, três supostos empresários que estariam envolvidos diretamente no esquema de fraudes. São eles: William Bezerra Segundo, Egberto Bossardi Frota Carneiro e Flávio Benevides Bonfim.
Para completar a lista, também foram detidos, Geovane Silva Oliveira Filho (administrador), e André Luís Bastos Praxedes, que seria um dos beneficiados com empréstimos ilegais.
Aqueles que foram conduzidos coercitivamente à sede da PF para prestar depoimentos, foram liberados ainda na terça-feira. Já os que tiveram prisões preventiva ou temporária, ainda estão atrás das grades, enquanto seus advogados se mobilizam na Justiça em busca da concessão de habeas corpus.
Paralelamente às prisões, a PF apreendeu vários automóveis de luxo e importados em poder dos envolvidos e descobriu também que um dos envolvidos tinha conta no Exterios (Estados Unidos), onde teria depositado grandes somas oriundas das fraudes.
A PF deve indiciar os acusados em diversos crimes, tais como corrupção ativa e passiva, fraude (estelionato), falsificação de documentos, enriquecimento ilícito, formação de quadrilha, evasão de divisas para fins de “lavagem de dinheiro” e outros.