Desde a redemocratização, nenhum presidente conseguiu se eleger sem vencer em Minas Gerais — e esta máxima mais uma vez se provou verdadeira, com a inesperada vitória de Dilma Rousseff (PT) no Estado.

Segundo analistas ouvidos pela BBC Brasil, este resultado obtido no reduto de Aécio Neves (PSDB) foi fundamental para a reeleição da candidata petista. Dilma teve 52,41% dos votos válidos no segundo maior colégio eleitoral do País, enquanto Aécio teve 47,59%.

Isso representa uma diferença de 550.601 votos entre Dilma e Aécio na disputa deste domingo.

A candidata petista já havia vencido a votação no primeiro turno no Estado, quando teve 43,48% dos votos válidos, diante dos 39,75% obtidos por Aécio. No entanto, a diferença entre Dilma e Aécio no primeiro turno em Minas foi de 415.061 votos.

Isso significa que a candidata petista ampliou sua vantagem em Minas na segunda votação, apesar dos esforços de Aécio para tentar reverter o resultado do primeiro turno.

Baque

“Isso é grave para o PSDB, porque Aécio imaginava que ganharia de lavada em Minas”, diz Cláudio Couto, cientista político da FGV (Fundação Getulio Vargas) em São Paulo.

— Perder em São Paulo não é uma novidade para o PT. Já a vitória em Minas compensa o baque que foi a pouca votação obtida por Dilma entre os paulistas.

Em São Paulo, maior colégio eleitoral do País, Aécio obteve 64,31% dos votos válidos no segundo turno, enquanto Dilma ficou com 35,69%.

“Esta eleição foi a mais acirrada desde a redemocratização por causa desta onda conservadora que tomou São Paulo, com a reeleição de Geraldo Alckmin para o governo, a eleição de José Serra para o Senado e o aumento da bancada tucana no Congresso e na Assembleia Legislativa do Estado”, afirma o cientista político Pedro Fassoni Arruda, da PUC-SP.

“No entanto, a vitória de Aécio em São Paulo foi neutralizada pela derrota no seu próprio Estado, onde ele se vangloriava de ter saído do governo com aprovação de 92%. Junto com a vitória no Rio e em Pernambuco, isso acabou compensando a derrota de Dilma em São Paulo, que já era esperada.”

(BBC Brasil)