Mike Jeffries continua a criar “ódios de estimação” com as suas polémicas declarações. Uma vez mais, enfureceu muita gente. E a reputação da empresa está a cair a pique.
“Se se quer ganhar dinheiro, há que ser implacável com os feios”. Quem o diz é Mike Jeffries, “chairman” e presidente executivo da célebre marca norte-americana de vestuário Abercrombie & Fitch.
Numa das suas mais recentes “tiradas”, Jeffries diz que “as minhas lojas têm êxito porque não contrato gordas e porque vem gente bonita”. A atestar, refere que não figura o tamanho XXL, para mulheres, na roupa que vende.
Kirstie Alley, a actriz de “Cheers” [que em Portugal passou com o nome “Cheers – Aquele Bar”], é que não gostou mesmo nada destas declarações. Conhecida pelos seus problemas de excesso de peso, a actriz condenou esta discriminação e tem sido implacável nas opiniões que deixa na sua conta de “Twitter” sobre o CEO daquela marca. “Talvez ele deva deixar de usar a roupa da sua própria empresa, já que também não se adequa aos padrões”, escreveu Alley num “tweet” citado pelo “Los Angeles Times”.
De acordo com o “Examiner”, a reputação da Abercrombie & Fitch tem vindo a cair drasticamente desde estas declarações do seu CEO, feitas na semana passada. Aliás, algumas das suas afirmações tornaram-se virais e têm enchido as redes sociais como alvo de chacota.
Há já quem esteja a boicotar a marca, como por exemplo Greg Karber, cineasta de Los Angeles, que decidiu criar o movimento “Fitch The Homeless”.
Uma vez que Mike Jeffries afirmou que prefere queimar a roupa dos restos de colecção do que dá-la aos pobres, Greg Karber pede a todos os que adiram ao movimento para olharem bem para os seus guarda-roupas, e pedirem a amigos e vizinhos que façam o mesmo, doando aos pobres todo o vestuário que encontrem da marca Abercrombie & Fitch. Outra opção é comprar roupa desta marca nas lojas de roupa em segunda mão e tomar a mesma atitude.
Uma empresa com estes princípios não poderia ficar durante muito tempo à margem de processos judiciais por discriminação, sublinha o “El Confidencial”, apontando o exemplo de Riam Deam, uma jovem de 22 anos que perdeu o seu emprego numa das lojas da marca em Londres por não esconder o seu braço artificial.
(Jornal de Negócios – Portugal)