O setor audiovisual brasileiro está se transformando numa velocidade alucinante. A razão disso é a lei, em vigor desde setembro do ano passado, determinando que os canais de tevê a cabo reservem pelo menos 3 horas e 30 minutos do seu conteúdo veiculado semanalmente a produções nacionais. A mudança tem criado uma corrida por profissionais de diversas áreas – produtores executivos, gestores, roteiristas e advogados especializados em direito autoral e patrimonial.

De acordo com Mauro Garcia, presidente da Abpitv (Associação Brasileira de Produtoras Independentes de Televisão), o produtor executivo é um dos profissionais mais procurados pelas empresas atualmente. O cargo tem remuneração fixa mensal de aproximadamente R$ 20 mil e, em boa parte dos casos, também conta com participação nos lucros. “O produtor executivo é o equivalente ao CEO de uma pequena e média empresa”, afirma Garcia.

Entre as tarefas desse produtor estão fazer planos de negócios, negociar com as emissoras e prospectar novos negócios, como o licenciamento de produtos com a marca de séries. Como a demanda por esse profissional disparou e são raros os cursos executivos especializados nesse setor, as produtoras têm aberto as portas para gente interessada sem experiência na área.

Outro profissional em alta nesse setor é o gestor financeiro e de projetos, cujo salário nas produtoras gira em torno de R$ 5 mil. Segundo Garcia, o frenesi com o crescimento tem levado muitas empresas a embarcarem em todo tipo de projetos, mesmo quando não há clareza se irá sobrar alguma receita ao final do trabalho, mas isso deve mudar em pouco tempo. “Passada a euforia, será a hora de organizar a casa, por isso serão imprescindíveis os profissionais que irão ajudar a criar fluxogramas de trabalho e botar as finanças em dia”, diz o presidente da Abpitv.

(Época Negócios)