O Real Madrid mostrou raça e quase fez história nesta terça-feira, mas venceu o Borussia Dortmund somente por 2 a 0, no estádio Santiago Bernabéu, em Madri, e ficou a um gol de conseguir a vaga na decisão da Liga dos Campeões da Europa.

Os espanhóis marcaram duas vezes no final da partida, mas os 81 minutos que passaram em branco nesta terça e a goleada por 4 a 1 no jogo de ida, na Alemanha, foram decisivos para a eliminação. Melhor para o time alemão, que, apesar do susto, estará na decisão da competição, no dia 25 de maio, no estádio de Wembley, em Londres.

O resultado decretou a terceira eliminação consecutiva do Real Madrid nas semifinais, todas sob o comando de José Mourinho. Este retrospecto e o jejum de títulos da Liga dos Campeões – o último foi na temporada 2001/2002 – devem aumentar a pressão pela saída do técnico português, que já ouve rumores sobre a sua demissão. Com o Campeonato Espanhol nas mãos do Barcelona, resta a Copa do Rei ao time madrilenho para não terminar a temporada em branco. No dia 17 de maio, fará um clássico local contra o Atlético de Madrid, também no Santiago Bernabéu, na decisão.

Por outro lado, o Borussia Dortmund garantiu-se em sua primeira final da Liga dos Campeões desde 1996/1997, temporada em que conquistou seu único título da competição. Os alemães devem fazer uma final caseira diante do Bayern de Munique. O time da Baviera define a classificação nesta quarta contra o Barcelona, no estádio Camp Nou, mas chega para a partida com a vantagem de ter vencido por 4 a 0 na ida.

O JOGO

Precisando do resultado, o Real Madrid tentou exercer uma pressão no início e conseguiu a sua primeira grande chance aos quatro minutos. Schmelzer vacilou pela esquerda, Modric roubou e a bola sobrou para Özil, que rolou para Higuaín. O argentino bateu e só não marcou porque Weidenfeller saiu bem e abafou.

A pressão era intensa e Özil era o principal homem do Real Madrid em campo. Aos sete minutos, ele achou Cristiano Ronaldo dentro da área e o português isolou. Aos 11, cobrou falta na cabeça de Higuaín, que cabeceou para fora. Lewandowski respondeu e quase marcou, mas na sequência Weidenfeller voltou a aparecer em chute de Cristiano Ronaldo à queima-roupa.

O jogo era corrido e, aos 14 minutos, Özil perdeu a melhor oportunidade até então. Higuaín recebeu e deu bela enfiada de primeira para o alemão, que saiu sozinho, de frente para o goleiro. Ele tinha a opção de tocar para Cristiano Ronaldo, mas preferiu bater e jogou à esquerda do gol.

O Borussia Dortmund estava assustado, acuado, e ainda viu um de seus principais jogadores, Mario Götze, deixar o campo machucado. Sem conseguir marcar o primeiro, no entanto, o Real Madrid diminuiu o ritmo e já não conseguia mais levar o mesmo perigo ao gol adversário a partir da metade do primeiro tempo.

No segundo, o Real Madrid voltou a exercer pressão, mas foi o Borussia Dortmund que teve a chance de garantir a vaga. Aos quatro minutos, Marco Reus arrancou em contra-ataque, teve paciência e enxergou Lewandowski entrando pela direita. O atacante dominou e encheu o pé. A bola tocou no travessão, próxima à linha de gol, e saiu.

O Real Madrid tinha dificuldade para furar a defesa do adversário, então José Mourinho lançou a campo Kaká e Benzema, nas vagas de Fábio Coentrão e Higuaín. O time da casa seguia comandando as ações, mas quem criava as melhores chances era o Borussia Dortmund. Grosskreutz achou de cabeça Marco Reus, que tocou para Gündogan, sozinho, bater. Diego López fez milagre e evitou o gol.

Depois de perder boas chances com Kaká e Cristiano Ronaldo, o Real Madrid conseguiu abrir o placar aos 36 minutos. Kaká arrancou da intermediária e tocou para Özil, que cruzou de primeira, rasteiro, para a área. Benzema chegou batendo, sem chance para Weidenfeller. O gol empurrou o Real Madrid, que foi para cima nos últimos minutos e voltou a exercer a pressão do início do jogo.

Benzema perdeu boa chance, mas aos 42 minutos Sergio Ramos marcou o segundo. Após bate-rebate dentro da área, o zagueiro encheu o pé para marcar e fazer o time madrilenho voltar a acreditar. A pressão final, no entanto, não resultou no terceiro gol e restou ao time da casa os aplausos de sua torcida.

(Estadão Conteúdo)