
O choque da morte de Marcos Paulo já passou – pelo menos para nós que não somos da família – e agora é o momento de relembrar a trajetória do ator, mais conhecido atualmente como diretor. Mas para quem, como eu, tem gratas memórias dos anos 70, Marcos Paulo era uma espécie de Rodrigo Santoro, o Reynaldo Gianecchini, Cauã Reymond da época. O cara era um gato.
Eu tinha mais ou menos 10 anos em 1973 quando ele fazia par romântico com Regina Duarte na novela Carinhoso (1973). Ele era um playboyzinho, piloto de corrida, que fez Cecília, personagem da “namoradinha do Brasil”, sofrer muito. O Brasil inteiro torceu pela mocinha, que acabou encontrando o amor verdadeiro nos braços de Humberto (Claudio Marzo), irmão mais velho do piloto. Mas, verdade seja dita, a mulherada suspirava mesmo por Eduardo, personagem de Marcos Paulo.
A trilha sonora do casal marcou a minha história e certamente a de muitas outras adolescentes e mulheres adultas da época. “Music and Me”, na voz de um garoto chamado Michael Jackson, embalou muitas festinhas no meu bairro. Era a música para dançar junto e também para curtir o amor platônico pelo ídolo da novela.
Marcos mantinha os cabelos encaracolados, a pele morena e um sorriso encantador. Mesmo uma cicatriz no rosto, adquirida após um acidente de carro, parece ter dado ao ator um charme ainda maior. Como se fosse uma marca que o diferenciava dos demais. Marcos Paulo continuou fazendo diferença ano após ano, mesmo depois que trocou de lado no balcão e passou a trabalhar muito mais como diretor do que como ator. Mas aqui entre nós, continuou um gato!
(Portal Contigo)