Setenta e um por cento dos eleitores latinos apoiaram o presidente democrata Barack Obama em sua reeleição, contra 27% que optaram pelo republicano Mitt Romney, segundo relatório do centro de estudos Pew Hispanic divulgado nesta quarta-feira.
Uma empresa de pesquisas especializada, Latino Decisions, anunciou a cifra histórica de 75% de apoio a Obama a partir de uma pesquisa pouco antes das eleições.
Há quatro anos, Obama tinha obtido 67% e seu adversário, John McCain, 31%.
Historicamente apenas Bill Clinton conquistou maior apoio latino, 72% em sua reeleição em 1996.
Os latinos representaram 10% do eleitorado que compareceu às urnas, um número maior em relação aos 9% de 2008 e 8% de 2004, segundo relatório do Pew.
Os especialistas não informaram, contudo, o número de eleitores, já que os dados definitivos do censo só serão conhecidos no ano que vem.
O Pew Hispanic tinha divulgado em relatórios prévios o número de 24 milhões de eleitores registrados, dos quais se calculava que a metade ia votar.
Os latinos formam a principal minoria do país, com 50 milhões de pessoas.
Os Estados Unidos continuam mostrando uma face cada vez mais heterogênea nas urnas: os eleitores não-brancos representaram 28% do eleitorado, frente a 26% de 2008.
Esse grupo de eleitores latinos, afro-americanos ou asiáticos contribuíram decisivamente para a vitória democrata, segundo todos os indícios.
O Pew Hispanic analisou o comportamento latino em três estados que deram a vitória a Obama: Flórida, Nevada e Colorado.
A partir de pesquisas nacionais e estatais, o centro de análise calcula que entre os cubanos da Flórida, o voto foi dividido: 49% favoráveis a Obama e 49%, a Romney.
No Colorado a margem de apoio foi ainda mais considerável, de 75% (23% para Romney).
Em Nevada foi de 70% para Obama, 25% para Romney.
O tema da imigração foi mencionado como importante pelos eleitores, mas em nível inferior ao da economia ou do emprego.
Contudo, ao serem questionados sobre o que deveria ser feito com os imigrantes ilegais no país, 77% dos latinos entrevistados disseram que deveriam receber uma oportunidade para se legalizar, frente a 18% favoráveis à deportação.
(AFP)