RIO DE JANEIRO, 27 Jan (Reuters) – Bombeiros retiraram mais três corpos sob os escombros dos três prédios que desabaram no centro do Rio de Janeiro, elevando para sete o número de mortos, e continuam em busca nesta sexta-feira de cerca de 20 desaparecidos, com poucas esperanças de achar sobreviventes.

Seis pessoas foram resgatadas com ferimentos e levadas a dois hospitais da cidade após o desabamento na noite de quarta-feira, que aconteceu provavelmente por um dano causado à estrutura do edifício mais alto por obras sem fiscalização realizadas em dois andares, segundo engenheiros.

Os sete corpos retirados dos escombros são de três homens e três mulheres e uma vítima ainda sem identificação, disseram os bombeiros.

O número de desaparecidos ainda é incerto, mas as autoridades estimam, com base em informações de familiares, que até 20 pessoas podem estar soterradas. Entre os desaparecidos estão pessoas que trabalhavam ou estudavam nos prédios na hora do desabamento e alguns moradores de rua.

As buscas não têm prazo para terminar, embora as chances de se encontrar sobreviventes tenham diminuído, segundo o Corpo de Bombeiros.

“Diminuiu substancialmente a expectativa e a esperança de se encontrar sobreviventes”, “, disse uma fonte dos bombeiros, que pediu para não ser identificada.

“A esperança era encontrar pessoas que ficaram em bolsas de ar sob os escombros. Conforme o tempo vai passando, o escombro é mexido e remexido, e as pessoas não são encontradas, perde-se então a esperança de se encontrar sobreviventes.”

Os desabamentos ocorreram pouco antes das 20h30 de quarta-feira, horário de baixa circulação de pessoas no centro do Rio e de menor movimento nos prédios comerciais. Testemunhas disseram que o expediente já estava encerrado na grande maioria das empresas em funcionamento nos edifícios.

Os edifícios, que tinham 20, 10 e 4 andares, estavam localizados na rua 13 de Maio, ao lado do Theatro Municipal, um dos prédios históricos mais famosos da cidade e que foi restaurado recentemente. No térreo de um dos edifícios funcionava uma agência bancária.

Três associações instaladas em um dos prédios tiveram suas atividades paralisadas.

Foram afetados o Instituto Nacional de Eficiência Energética (INEE), a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) e a Associação Fluminense de Cogeração de Energia (COGEN Rio). O INEE e a ABVE afirmaram em suas páginas na Internet que as perdas foram somente materiais.

O edifício mais alto, que teria derrubado os outros dois ao desmoronar, passava por obras no 3o e 9o andares sem registro do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea).

(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier; Texto de Pedro Fonseca; Edição de Maria Teresa de Souza – Reuters)