O Itaú Unibanco, em desrespeito ao direito do consumidor, está informando aos clientes não correntistas que não vai mais receber as contas de consumo e boleto de cobrança de outros bancos. As restrições aos usuários já começaram a valer neste mês de janeiro e inicialmente atingem as cidades de Cotia, Granja Viana, Vargem Grande Paulista, Jandira, Itapevi e algumas agências em Osasco.

De acordo com a diretora do Sindicato Marta Soares, há informações de que essa medida foi implantada após uma reunião, em janeiro, entre os gerentes operacionais e o superintendente da área. A ordem é para os funcionários abordarem os consumidores na porta dizendo que o banco não está recebendo contas de água, luz, telefone e nem boletos de cobrança de outros bancos, e que tais atendimentos somente poderão ser efetuados via débito automático em conta corrente ou nos correspondentes bancários.

As normas do Banco Central proíbem as instituições financeiras de negar atendimento padrão em suas agências, mesmo que disponham de recursos tecnológicos.

A dirigente diz que a atitude dá a entender que o Itaú não quer consumidores ‘comuns’, já que é mais rentável vender seus produtos do que ter uma agência cheia e ter de contratar mais funcionários para atender à demanda.  “Eliminar clientes foi a forma encontrada pelo banco de desafogar o local e focar na venda de seus produtos. Ao contrário disso, o banco deveria contratar mais para oferecer um bom atendimento.”

Marta deixa claro que o Sindicato está de olho para que a negativa de atendimento não chegue também à cidade de São Paulo. “Sabemos da grande dificuldade que as agências estão passando com a falta de funcionários, já que em 2011, o Itaú Unibanco, que lucrou parcialmente R$ 11 bi, foi o que mais demitiu funcionários. Mas, restringir o atendimento é uma postura completamente errada e não devemos aceitar. Orientamos os prejudicados a denunciar ao BC”, finaliza.

Procon – Segundo o Procon, mesmo que nas contas de consumo não esteja sinalizado onde deve ser feito o pagamento, as concessionárias devem informar com antecedência aos consumidores no próprio canhoto, quais as instituições financeiras não estão mais aptas a receber as contas. Se isso não acontecer e o cliente sentir-se lesado, basta fazer uma reclamação no órgão de defesa do consumidor.

Fonte: Elenice Santos – Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região

(Mundo Sindical)