A prefeita de Fortaleza e presidenta do PT no Ceará, Luizianne Lins, mandou um recado para seus aliados, nesta quinta-feira (21) sobre a sucessão na capital cearense. Ela disse que irá dialogar com o governador Cid Gomes, presidente estadual do PSB e seu principal parceiro, mas não aceita ingerência dele na escolha do candidato que irá encabeçar a chapa na disputa de 2012 em Fortaleza.

“Cabe ao partido político definir o nome que ele indica. Nós temos condições como nenhum outro grupo de fazer uma avaliação da cidade”, disse. Respeitar o processo interno do partido, nesse caso, é não aceitar interferência direta do PSB na escolha do nome.

Luizianne evitou opinar qual candidatura teria mais força para concorrer em 2012, mas afirmou ter força para bancar a candidatura que quiser.

“Como presidente do PT tenho que preservar a discussão interna. Nem eu não estou me expressando. Eu, como prefeita, poderia ter o meu candidato, tirar ele da cartola e acabou. Porque quem define é o diretório municipal. Quem tem maioria no diretório municipal tem maioria para bancar o candidato do PT”, explicou. A prefeita pertence ao grupo chamado “Mensagem ao Partido”, que controla a sigla no Ceará.

 O PT apresentou 13 nomes para a sucessão na capital cearense. Todas as alas da sigla apostaram suas fichas na intenção de ocupar, a partir de 2013, a cadeira da Luizianne Lins. Entre os pré-candidatos petistas está o secretário das Cidades do Governo Cid Gomes, Camilo Santana. A pré-candidatura dele foi uma das primeiras lançadas – e justamente por Cid. Com isso, o governador do Ceará demonstrou querer alguém do PT encabeçando a chapa – contudo, alguém do PT da preferência dele.

A vitoriosa aliança começou em 2004, quando os socialistas apoiaram a candidatura desacreditada de Luizianne. Na época, boa parte do partido – incluindo a direção nacional – aportou na candidatura derrotada de Inácio Arruda (PCdoB). Em 2008, as bodas foram renovadas com a reeleição da prefeita.

Nesse meio tempo, em 2006, o PSB se beneficiou com a vitória do governador Cid Gomes e, em 2010, com sua reeleição folgada logo no primeiro turno – sempre com o apoio do PT. Agora, com Luizianne no segundo mandato, impedida de concorrer, os aliados precisam de um novo nome consensual.

Ambos os lados defendem a manutenção da aliança. A queda de braço será para definir a candidatura. “Esses 13 nomes foram colocados para dizer, primeiro, que o PT vai ter nomes para discutir com os partidos da base aliada. Então, nós vamos ter candidatura”, disse Luizianne Lins à reportagem do iG. “Claro que nós vamos discutir com todos os partidos, com o governador Cid Gomes, com o PSB, principalmente, que é nosso aliado prioritário, insisto. Agora, o PT tem o processo interno dele de debate”, ponderou.

(Ultimo Segundo)