Antes prevista para o final de junho, a concretização da compra da Schincariol pela holandesa Heineken entrou em compasso de espera. Segundo fontes envolvidas na negociação, a descoberta de uma dívida de quase R$ 2,5 bilhões no balanço da Schincariol, durante a due dilligence comandada pela consultoria Bain Company e por executivos da sede da Heineken, teria levado a cervejeira holandesa a rever a proposta de compra da fabricante brasileira de bebidas. “Nesse momento, o objetivo da Heineken é renegociar os valores”, diz um executivo que prefere não se identificar.
Mas, mesmo que a Heineken apresente uma nova oferta, a concretização do negócio precisa superar ainda outro grande obstáulo: a divergência entre os primos Adriano e Gilberto Schincariol sobre vender a empresa ou injetar mais dinheiro e seguir em frente sem nenhuma parceria.
Segundo funcionários da Schin, Adriano Schincariol estaria à frente do movimento em favor da venda para a Heineken, enquanto Gilberto Schincariol Junior estaria pressionando a família para recusar a oferta. Hoje, Adriano e seu irmão Alexandre detêm 51% das ações da empresa. Já os primos Gilberto e José Augusto têm 49% das ações.
A não realização do negócio frustrará os planos da Heineken – que hoje tem menos de 10% de participação no mercado brasileiro – de saltar da quarta posição para o segundo lugar no ranking das maiores fabricantes no País. Com a aquisição, a holandesa levaria ainda um parque fabril que é considerado um dos mais modernos do Brasil no mercado de cervejas.
Procuradas pelo iG, Heineken e Schincariol informaram, por meio de suas respectivas assessorias de imprensa, que não iriam se pronunciar.
(Ultimo Segundo)