Os serviços de saúde pública do Ceará estão dando um alerta a respeito da disseminação crescente da meningite tipo C pelas várias regiões do Estado, sobretudo, a Região Metropolitana de Fortaleza. Esse tipo de infecção é gravíssimo e levar à morte rapidamente.
O número de infectados neste primeiro semestre soma 37, 12 morreram. Tomando-se em conta que, normalmente, durante um ano inteiro a média de ocorrência é de 50 notificações, os números alcançados nos últimos seis meses e meio já correspondem a 74% dos registros habituais. Daí a preocupação das autoridades da Saúde.
Chama atenção o fato de que o maior número de incidências esteja ocorrendo justamente na Capital, 29 infectados. Nenhuma das regionais ficou imune ao avanço da doença. Os óbitos chegam a 12, dos quais dez aconteceram na Capital. As outras mortes foram nos municípios de Moraújo e Maranguape.
Os cearenses poderiam estar mais tranquilos se tivessem sido realizadas campanhas de vacinação quando dos primeiros registros. A Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) justifica que não deu tempo de fazer essa prevenção embora conte com a vacina desde 2005 (na verdade, as vacinas que imunizam contra o tipo C da meningite meningocócica só estão disponíveis na rede privada). Agora, é correr atrás do prejuízo e mobilizar todas as forças para conter o avanço da doença.
O passo mais urgente é capacitar o pessoal da Saúde para diagnosticar com precisão o mal, pois qualquer perda de tempo pode ser fatal para o infectado. Ou seja, quanto mais precoce for o diagnóstico mais chances tem o paciente de escapar, pois a meningocócica pode matar em até 48 horas.
Orientações sobre os sintomas precisam ser dadas à população, através de campanhas massivas, alertando para manifestações de febre, dor de cabeça e vômito, além de rigidez da nuca e hematomas na pele. Quem teve contato com doente deve ser tratado imediatamente.
A questão requer uma mobilização extraordinária dos recursos disponíveis, por parte do poder público, para evitar a disseminação da doença e para socorrer os infectados com a urgência requerida. Não há tempo a perder.
(O Povo Online)