A corregedoria da Polícia Civil do Maranhão abriu inquérito administrativo para apurar os socos que o delegado Alberto Castelo Branco, atual titular da delegacia de costumes de São Luís, desferiu em um funcionário do governo do Estado. Branco é acusado de agredir e prender um funcionário da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), José Raimundo Ribeiro Pires, de 44 anos, na sexta-feira da semana passada, após ser impedido de passar por uma via pública de São Luís que estava interditada para manutenção. A delegacia de costumes apura casos como som alto, por exemplo.
Na sexta-feira, por volta das 9h, técnicos da Caema, incluindo Raimundo Pires, faziam a manutenção do sistema de água e esgoto da rua 38, no bairro Ponta do Farol, na zona nobre de São Luís, quando o delegado Alberto Castelo Branco chegou no local exigindo passar pela região. Os técnicos da Caema informaram ao delegado que a via estava interditada, tanto que outros veículos já estavam fazendo o retorno na região.
Nesse instante, segundo testemunhas, o delegado se irritou com a informação passada por Pires e começou a agredi-lo. Depois, o delegado deu voz de prisão, empurrou o funcionário público, chutou seu aparelho celular com a ajuda de mais dois policiais civis e o encaminhou para o Plantão Central da Beira Mar, a principal delegacia de São Luís. Turistas hospedados em um hotel ao lado da rua 38, revoltados com a cena, filmaram e colocaram o vídeo na internet (veja acima). Pires nunca tinha sido preso e passou cinco horas na cela da delegacia.
O secretário de Segurança do Maranhão, Aluísio Mendes, lamentou a reação do policial civil. “Nós não compactuamos com atitudes desse gênero”, disse o secretário. O funcionário público afirmou que “é constrangedor ir trabalhar e acabar preso”. O delegado não foi localizado mas, em seu registro de ocorrência, ele afirmou que foi agredido pelo funcionário da Caema com uma mangueira do sistema de coleta de esgoto e que apenas reagiu. O inquérito administrativo pode resultar desde a suspensão do delegado até a exoneração dele dos quadros da polícia civil do Maranhão.
(Ultimo Segundo)