O IML (Instituto Médico Legal) do Recife informou no final da tarde desta quinta-feira (14) que os corpos de sete das 16 vítimas da queda do avião da Noar Linhas Aéreas, na quarta-feira em Recife, já foram identificados. O avião, modelo L-410, faria o percurso Recife-Natal-Mossoró, mas caiu três minutos após a decolagem do aeroporto Gilberto Freyre, na capital pernambucana.

Até o meio da tarde apenas três corpos estavam identificados: o do copiloto da aeronave, Roberto Gonçalves, 55, o do piloto Rivaldo Cardoso, 68, e do engenheiro Marcelo Campelo, 66, sócio da empresa Marca Engenharia. Os demais identificados são: Ivanildo Santos Filho, Natã Braga da Silva, Maria da Conceição Oliveira e Antônia Fernanda Jalles (veja aqui todas as vítimas). Todos foram identificados com digitais e morreram por politraumatismos.

O governo de Pernambuco montou uma força-tarefa com médicos-legistas, peritos criminais e papiloscopistas para identificar as vítimas. Segundo boletim do instituto, foi possível extrair as digitais de 11corpos, o que pode facilitar a identificação por meio da comparação com dados dos institutos de identificação. Porém, apesar da coleta, não é garantida a identificação pelas digitais. Já os outros cinco corpos, que teriam sido mais carbonizados com o incêndio pós-explosão, terão que ir para exame de arcada dentária ou comprovação por DNA, que têm prazos mais longos para conclusão.

A SDS (Secretaria de Defesa Social) informou que um psicólogo e um assistente social estão informando as famílias das vítimas sobre os trabalhos de identificação dos corpos.

Segundo a SDS, a maior dificuldade em identificar os demais corpos é que, com o incêndio da aeronave após a queda, as vítimas foram carbonizadas. Familiares e amigos não foram autorizados a ver os corpos, devido ao seu grau de destruição, e terão que aguardar pelos exames dos peritos para obter a liberação para sepultamento.

“Em casos de acidentes aéreos com explosão, é necessário realizar perícias por DNA, papiloscópicas ou odonto-legal”, disse em nota o gestor de Polícia Científica de Pernambuco, Francisco Sarmento.
O material genético para exame de DNA já começou a ser colhido pelo IML ontem, no hotel onde parentes das vítimas estão sendo acomodados pela empresa, em Boa Viagem. Como o Estado de Pernambuco não tem laboratório de identificação por DNA, o material será encaminhado para a Bahia, o que pode atrasar ainda mais a liberação, já que leva até 15 dias para conclusão.

Para agilizar a identificação preliminar dos corpos das vítimas, a Polícia Científica solicitou aos familiares e aos institutos de identificação dos Estados de origem das vítimas informações como digitais, raio-x da arcada dentária, número de identidade, roupas no momento do embarque e informações sobre manchas, cicatrizes, tatuagens e piercings no corpo das vítimas.

A SDS pediu que, para evitar possíveis tumultos, os familiares não busquem informações diretamente no prédio do IML, mas aguardem detalhes no hotel onde estão sendo acomodados. O Estado prometeu liberar boletins sobre andamento das identificações duas vezes ao dia – um no fim da manhã, outro no fim da tarde.

O governo também informou que os familiares também terão facilidade em garantir os atestados de óbito. O documento será emitido pelo Cartório da Boa Vista, no centro da capital pernambucana.

(UOL)