Carlina White dias após nascer, em foto do Arquivo Centro Nacional para Crianças Desaparecidas

Uma jovem americana que foi raptada de um hospital quando tinha apenas 19 dias de vida reencontrou a mãe depois de 23 anos de separação, em Nova York.

A história de Carlina White vinha sendo qualificada como um dos casos não resolvidos mais frustrantes da polícia nova-iorquina.

A menina desapareceu de um hospital do Harlem em 4 de agosto de 1987, onde havia sido internada com febre alta. Ela tinha 4kg e media 53 centímetros, segundo os registros do Centro Nacional de Crianças Desaparecidas.

A mãe, Joy, tinha apenas 16 anos de idade na época. Apesar da recompensa oferecida na época, nenhuma pista do raptor ou do paradeiro da menina foi produtiva.

Segundo os jornais americanos, White foi criada no Estado de Connecticut sob um nome falso. A mulher que ela pensava ser sua mãe usava drogas e costumava abusar dela, certa vez chegando inclusive a agredi-la com um sapato no rosto.

Quando, por sua vez, ficou grávida, Carlina pediu à suposta mãe seus documentos de nascimento, e descobriu que as duas não tinham laços sanguíneos.

A jovem –que hoje vive em Atlanta, no Estado da Geórgia– disse que já vinha desconfiando desta possibilidade, e deu início à procura por sua família biológica.

BUSCA

De acordo com o jornal “Washington Post”, Carlina, ou Nejdra Nance, como passou a ser chamada após o rapto, entrou em contato com a família White após encontrar, em um banco de dados de crianças desaparecidas, uma foto que parecia ser sua.

A jovem enviou à mãe uma série de fotografias de quando era criança e foi imediatamente reconhecida, mesmo após 23 anos.

“Ela disse que sentia ser algo diferente das pessoas que a criaram”, disse a avó de Carlina, Elizabeth, segundo o “Washington Post”.

Testes de DNA posteriores confirmaram que os pais da jovem são Joy e seu ex-marido, Carl Tyson.

No dia 4 de janeiro, Carlina desembarcou em Nova York para encontrar os pais pela primeira vez depois de 23 anos. O segundo encontro foi na última quarta-feira.

“Estou muito emocionada”, disse a jovem ao jornal “New York Daily News”, ao chegar no aeroporto de La Guardia para a segunda reunião com a mãe.

“Estou simplesmente muito feliz. Me sinto como em um filme.”

RESOLUÇÃO

O caso resolve um enigma que permanecia em aberto nos arquivos do Departamento de Polícia de Nova York.

Para concluir a investigação, a polícia está entrando em contato com investigadores que trabalharam no caso há 23 anos.

Segundo o “New York Daily News”, a polícia nova-iorquina localizou a mulher suspeita de ter criado Carlina White, mas ainda não há evidências suficientes para prendê-la com base em acusações de rapto.

Joy White disse ao jornal que, durante todos esses anos, não parou de rezar para se reencontrar com a filha.

“Isto está acontecendo mesmo?”, perguntou. “Sempre sonhei com isso.”

(Folha Online)