O preenchimento dos cargos do segundo escalão do governo Dilma Rousseff (PT) no Ceará, mais precisamente no Departamento Nacional de Obras Contra Secas (Dnocs) e no Banco do Nordeste (BNB) deverá ser anunciado somente depois das eleições do Congresso Nacional, no mês de fevereiro. Isso porque a presidente, para tentar acalmar os ânimos da base aliada que briga na partilha de cargos no novo governo em todo o País, decidiu suspender as nomeações para o segundo escalão.

Mesmo assim, no Diário Oficial da União de ontem, foram publicadas as nomeações de Mário Augusto Lopes Moysés, que vai permanecer com a presidência do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), e de Frederico Silva da Costa, que ficará com a Secretaria Executiva do Ministério do Turismo.

Apesar do adiamento para os demais cargos, a disputa pelo comando do Dnocs e do BNB – considerados órgãos estratégicos no estado – corre nos bastidores. O atual diretor geral do Dnocs, Elias Fernandes, que é ligado ao líder do PMDB na Câmara Federal, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmou que esteve na posse do novo ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, e que, na ocasião, o deputado havia dito que “estava em articulações políticas com os partidos da base aliada”. “Mas ele não adiantou se eu ia ficar no cargo”, acrescentou.

Para o diretor, como a escolha dos cargos de confiança compete à presidente e ao ministro, sua continuação à frente do Dnocs ainda é uma incógnita. “Se eu merecer a confiança deles, não vejo empecilhos”, defendeu Fernandes. A vaga no departamento também estaria sendo articulada para o presidente municipal do PSB, Sérgio Novaes.

BNB

Conforme O POVO apurou, Roberto Smith é cotado para continuar à frente do Banco do Nordeste. Os governadores do Ceará, Bahia e Pernambuco, o senador eleito Wellington Dias (PT-PI) e representantes da bancada federal do PT no Nordeste teriam feito acordo para indicar o nome de Smith à presidente. O que poderá pesar contra ele, no entanto, é o desejo de mudança de Dilma, já que Smith está há oito anos à frente do BNB.

(O Povo Online)