A professora de matemática acusada de manter relações sexuais com duas adolescentes de 13 anos, que eram suas alunas, foi transferida na tarde desta quinta-feira (28) para o Complexo Penitenciário de Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro. De acordo com o delegado Ângelo Lage, da 33ª DP (Realengo), responsável pelas investigações, Cristiane Maciel Barreira, de 33 anos, ficará presa em uma cela individual por ter nível superior completo.


Também nesta quinta-feira, foram intimados a prestar depoimento o diretor da Escola Municipal Rondon, onde a professora lecionava, e os funcionários do motel Bariloche, local de alguns encontros entre a professora e as alunas. Os intimados serão ouvidos na quarta e na quinta-feira da semana que vem.

“Preciso saber se o diretor comunicou a secretaria de educação quando a mãe da aluna fez a reclamação e como isso ocorreu. Preciso entender como a situação ocorria até mesmo para averiguar se outras estudantes foram abordadas”, disse ao iG o delegado Ângelo Lage.

A reportagem do iG entrou em contato com o diretor da instituição de ensino, mas ele disse que está proibido pela Secretaria Municipal de Educação de dar declarações sobre o caso.

Prisão

A educadora foi presa na quarta-feira (27) por policiais civis quando chegava à casa da mãe no bairro de Realengo, zona oeste da capital fluminense. Apesar de estar em período da lei eleitoral – que permite prisões a cinco dias das eleições somente em casos de flagrante -, o delegado afirmou que a prisão se enquadra nesta tipificação já que “o código penal diz que flagrante também é a prisão que ocorre em perseguição, mesmo horas após o crime ter sido cometido”.

Cristiane irá responder pelos crimes de estupro de vulnerável e corrupção de menores e, se for condenada, poderá cumprir uma pena de até 30 anos de prisão. A Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro informou em nota que uma sindicância interna foi instaurada para apurar o caso. Dependendo do resultado, ela poderá ser exonerada.

Investigações

Segundo a Polícia Civil, as investigações tiveram início quando a mãe de uma das adolescentes registrou queixa de desaparecimento da filha, que não era encontrada desde segunda-feira. A mãe da jovem afirmou que era a segunda vez que a adolescente não aparecia em casa por mais de 48h.

A primeira vez ocorreu em agosto deste ano. Na época, a menina reapareceu e a mãe ficou desconfiada da professora, pois a adolescente recebia ligações telefônicas dela.

A mãe chegou a fazer uma queixa para o diretor da Escola Municipal Rondon, onde a jovem estudava, e ele transferiu a educadora de unidade, a pedido da Secretaria Municipal de Educação. Após o relato da mãe, os policiais civis foram, então, até a casa da professora e souberam pelo marido da acusada que ela estava desaparecida, também, desde segunda-feira.

Prisão

Vários agentes ficaram em prontidão em locais onde as duas poderiam estar juntas. Cristiane foi presa na casa da própria mãe, às 4h da madrugada de quarta-feira, e confessou que estava com a jovem em um motel.

Segundo o delegado, a professora deu detalhes de sua relação com uma das alunas e admitiu que a acariciava nas partes íntimas. Em seu depoimento, ela acrescentou que vinha se relacionando com a adolescente desde maio e que costumava manter relações sexuais com a menor no horário escolar, para evitar que os parentes suspeitassem.

No interrogatório, a mulher disse que está apaixonada pela adolescente e que deseja ter uma relação aberta e séria com a jovem. A professora também confessou que em uma ocasião também levou ao motel uma colega da jovem da mesma idade, 13 anos. As duas meninas já foram localizadas e prestaram depoimento.

Em seu blog “Matemática e muito mais”, a professora descreve a tarefa de lecionar matemática como um desafio. “Tenho observado que nem sempre é uma tarefa fácil apresentar aplicações interessantes dos temas abordados em sala de aula motivando os alunos e tornando o processo de ensino-aprendizagem mais prazeroso, envolvente e significativo”, relata.

 

Foto: Agência O Globo

Professora presa no Rio chega à delegacia para prestar depoimento

*com informações de Bruna Fantti, Daniel Gonçalves e agência EFE

(Portal Ig)