Uma imagem chamou a atenção logo após o triunfo sul-africano sobre a França, nesta terça-feira, em Bloemfontein. Quando o brasileiro Carlos Alberto Parreira partiu para cumprimentar o treinador adversário, Raymond Domenech, este simplesmente tirou a mão e ainda esboçou duras reclamações contra o brasileiro.
A primeira pergunta da entrevista coletiva de Parreira foi logo sobre o assunto, e ele não conseguiu esconder sentimentos tanto de tristeza quanto de indignação. “Praticamente não houve diálogo. Lamento muito o que ocorreu. Fui cumprimentá-lo, até por educação e gentileza… sei que não será mais técnico da França após a Copa, e não entendi nada. Ele falou que eu tinha ofendido a equipe dele, mas em nenhum momento isso aconteceu”.
O brasileiro prosseguiu: “Ambos trabalhamos no futebol, somos uma classe que trabalha sob pressão muito grande, mas não lembro de ter dito nada contra os franceses, pelo contrário. Um pouco depois, o assistente dele, mais educado e polido, foi ao nosso vestiário e disse que, após a classificação da França, naquele jogo da Irlanda [famoso pela jogada com a mão do atacante Thierry Henry], eu falei que a França não merecia estar aqui. Mas não lembro disso, além de ter sido coisa de um ano atrás”.
Segundo Parreira, trata-se de um episódio “extremamente lamentável”. E aproveitou para também cutucar: “Ficou provada a razão de ele [Domenech] estar do jeito que está no seu país. Há razões suficientes para isso, que provam o motivo de não ser querido lá”.
Mesmo antes da partida, o francês foi vaiado pela torcida que esteve no estádio Royal Bafokeng. Quatro anos depois de ser vice-campeão mundial na Alemanha, agora vive inferno astral com brigas internas dentro do elenco. Alguns presentes fizeram piada sobre a crise da seleção — já eliminada, de maneira precoce, do torneio na África do Sul.
(Folha Online)